domingo, 15 de maio de 2011

o herói

o herói
Azulzinho, o herói hipermoderno
Virei analista de leitor e criador de super-herói.
O leitor antipetista é o mais engraçado de todos.
Vê petismo em tudo que não esteja de acordo com o seu reacionarismo estreito e obsessivo.
É o sujeito que aposta tudo na lei do mais forte. Mas fico furioso quando o mais forte é petista. Ou quando o mais forte é coletivo, um grupo que desmonta sua crença contraditória nas virtudes da lei da selva, sua selvinha caseira feita de mamadores nas tetas do Estado, de fraudadores do imposto de renda e de defensores do Estado mínimo.
O leitor petista também é divertido.
Acha inteligente e isento tudo o que está de acordo com a sua opinião.
O leitor yedista é o mais violento. Esbraveja, fala em números, quer raciocínios técnicos, embora seja pura ideologia, um coquetel de ideias feitas e de clichês que julga serem o máximo da negação dos clichês.
O yedista é o caso típico da definição de ideologia: as ideias dos outros. As suas são sempre apenas a verdade.
Mesmo quando os números, os conceitos e os contextos os desmentem.
Crítico severo da marquetagem petista, como o Orçamento Participativo, acredita piamente na marquetagem tucana, como o déficit zero, obtido sem pagar todas as contas e sem cumprir todas as obrigações
O yedista crê profundamente nos especialistas, salvo quando estes o contradizem.
O petista denuncia a marquetagem adversária, mas acredita na sua.
O antipetista acha que é infamente ser petista e juta que acredita nessa história de que o PT é o partido mais corrupto de todos os tempos, o que não pode ser por falta de tempo ou por concorrência desleal. É puro despeito.
O petista acha infamante não ser petista e jura que acredita na diferença ontológica do PT em relação aos outros.
Eu me divirto: seis meses me chamam de petista; seis meses me chamam de antipetista.
Por um mesmo texto, por uma mesma frase, sou atacado como petista e antipetista.
Contra tudo e contro todos, fico com o meu herói, o único herói destes tempos chatos de celebridades, estrelas de futebol e outras malas famosas, ricas e vazias. Meu herói é o Azulzinho. Vibro quando ele multa impiedosamente.
Só o Azulzinho pode melhorar Porto Alegre.
O Azulzinho é neutro, isento, imparcial e pragmático.
Multa petistas e antipetistas com a mesma determinação.
No dia em que Porto Alegre festeja seu aniversário, eu a homenageio através da sua melhor expressão, o Azulzinho.
Pena que não é Vermelhinho.
Tem gente que aceita colocar suas coisas no detector de metais do aeroporto, mas não quer soprar no bafômetro.
São os racionalizadores.
Como o bafômetro só pega álcool, deixando escapar, por exemplo, cocaína, acham que o bafômetro é injusto.
Ou pega tudo. Ou nada. Que latinhas!
Perdem os nexos. São desconexos. Ou precisam de linha reta.
O Brasil está precisando de um choque de igualdade.
Bafômetro para todos. Ficha limpa para todos. Detector de metais para todos, inclusive advogados e juízes nas prisões. Cela igual para todos, com ou sem diploma. STF para todos.
Azulzinho para todos.
Nada me comove mais do que ver um Azulzinho em ação.
Sei que acontecem erros.
Jamais vi, porém, com meus próprios olhos, um Azulzinho se enganar.
Vejo todo dia o infrator furioso por ter sido flagrado. E, imediatamente, cometer a infração de novo.
Que a lei seja mudada.
Cadeia, sem progressão de pena, para quem dirige falando no celular.
Nem que seja porque a gente tem, nos táxis e lotações, de ouvir uma conversa mais chata do que a outra.
Viva o Azulzinho. Viva o Pardal. Viva os verdadeiros heróis do nosso tempo.
Postado por Juremir Machado da Silva - 26/03/2011 09:44 - Atualizado em 26/03/2011 09:50

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